sábado, 21 de maio de 2011

Primeira semana em Chimoio

 Despedida no aeroporto, amo vocês galera!!

O caminho de poeira dourada...

Tornando o lugar habitável

Crianças da Escolinha: Centro Aberto Nhamatsane (CAN)

Primeira visita à escolinha CAN

Jurando que era uma folhinha, ficou bravo quando foi descoberto. 


     Depois de quase uma semana em Chimoio, sem muito o que fazer além de esperar, chegou o dia de tomar rumo ao destino final: CHIMOIO. Às 17 horas do sábado (14/05) zarpamos navegando em terras desconhecidas até chegarmos a Inchope na manhã do dia seguinte. A trajeto de Inchope a Chimoio, mais especificamente a Nhamatsane, não foi assim tão simples, tinhamos muita bagagem e estávamos completamente vulneráveis a qualquer malfeitor que quisesse se aproveitar de "musungos" que não conhecem nada sobre a área deles, o que nos deixou num nível de estresse muito elevado. Felizmente temos sempre um Deus maravilhoso que está conosco nos guardando, nos guiando e nos protegendo 24 horas por dia.

     De chapa, transporte local, chegamos, ou melhor: fomos despejados num lugar que nos disseram ficar perto da escola Formigas do Futuro. Nos explicaram como chegar e a nós nos restou acreditar e ir orando até o local indicado esperando que realmente fosse o projeto e não um outro lugar qualquer... Com 2 malas e uma mochila cada, andamos por volta de 500 metros em uma via composta por uma poeira abundante, não muito pior que a de Águas Claras, finalmente chegamos à ADPP de Nhamatsane, o lugar onde estamos alojados. Já em nosso destino final restou limpar a rústica, porém aconhegante, acomodação na qual devemos repousar nos próximos 6 meses.

     Na segunda-feira fomos ao projeto no qual hemos de trabalhar. Escola Primária Formigas do Futuro é um estabelecimento de ensino direcionado a crianças vulneráveis: órfãos de pai e/ou mãe e crianças que vivem em sitação de extrema pobreza. Conhecemos a escola. Visitamos todas as salas, conhecemos os alunos com quem iremos trabalhar, dando aulas de inglês, de reforço em todas as matérias, aconselhando, visitando os lares, recebendo aulas de dialeto, dando aulas de cultura, entre muitas outras coisas. Na mesma segunda-feira já recebemos a visita de pessoas da própria comunidade que também têm seus projetos com crianças pedindo algun tipo de colaboração. Parece que já estávamos sendo esperados há muito... A gente faz o que  pode, mas em 6 meses eu tenho certeza de que muito podemos fazer.

     Essa foi uma semana de adaptação. Clima, lugar, a comida, as pessoas, os costumes, a língua que apesar de ser também o português tem tantas características próprias, as crianças da escola e da comunidade que já nos conhecem. Há muito o que se fazer por aqui, e eu estou feliz com esse desafio que está diante de mim de passar 6 meses na África e não somente passar, mas trazer algo que possa diferenciar a vida dessas pessoas, impactá-las de uma maneira positiva, não somente a vida delas, a minha também. Alguma sugestão? Novamente obrigado a todos vocês que têm estado ao meu lado mesmo a uma distância tão grande, espero poder contar sempre com o apoio e orações de todos. Sem vocês eu não estaria aqui, estamos nessa juntos!

Com carinho,

Danillo Arraes.

PS: Pretendo mandar notícias com mais frequências aqui da África, estejam sempre acessando o blog e mandando notícias daí também!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Depois de Brasil, Maputo.

Família Linda 

 Povo Feio

Namorada linda, 6 meses "juntinhos". Te amo, amor!     


   Graças a Deus, depois de muito suor nos EUA e de três semanas maravilhosas em minha terra que eu nunca tinha aproveitado tanto antes, consegui chegar à África. Geralmente no primeiro parágrafo eu faço um resumo do que aconteceu desde a última postagem, mas isso faz tanto tempo e como eu já estive aí no Brasil deve estar todo mundo bem atualizado a respeito de como foi o fim do período de treinamento nos EUA...

     Prefiro falar um pouco de como as coisas foram no Brasil e depois já pular para meus primeiros dias de África! O que eu posso dizer de voltar para casa depois de tanto tempo fora? Honestamente não há palavras para descrever... É tão bom poder enxergar com olhos diferentes aquilo a que sempre estivemos tão acostumados. Nossa terra, nossa casa, a família, os amigos, o amor, a igreja a que fazemos parte. Podendo dar o devido valor a essas coisas tão maravilhosas que temos.

     Não deu pra ver a todos, nem sequer a apenas um, por todo o tempo que eu realmente queria ter visto. Se eu pudesse eu gastava as três semanas inteiras com cada um a quem eu amo, infelizmente não foi possível, mesmo assim eu gostaria de agradecer por toda a atenção, carinho e amor que eu recebi de cada um de vocês nesses dias. Amo muito vocês! Pai e mãe, obrigado por tudo! Vocês são realmente um presentes de Deus pra minha vida, meus maiores exemplos. Muitas saudades já.

     Bom, falando um pouco de África, pouco mesmo, pois acabei de chegar... Nesse exato momento eu estou em Maputo, capital de Moçambique, resolvendo alguns questões do visto. Não sei ao certo até quando fico aqui, quando tudo for resolvido pego mais um ônibus até Chimoio (13 horas de viagem). Pra chegar aqui também não foi fácil,  umas 12 horas de Brasília até Joanesburgo, na África do Sul, aí mais algumas horas na rodoviária de Joanesburgo esperando o ônibus para Maputo.

     Não passei muito tempo na África do Sul, mas o pouco tempo que passei já é suficiente para fazer algumas observações... Um país com muitas diferenças, lembra muito o Brasil nesse aspecto, centros ricos e luxuoso e periferias mal estruturadas e com baixíssima qualidade de vida para os menos ou nada abonados. Muitos mendigos e pedintes na rodoviária, cheguei aqui com mais dois brasileiros, não tinha como não chamar atenção, cada um carregando três malas enormes. Viramos ponto para pedintes, todo mundo queria alguma coisa... Não tinha nada, mas orei pela vida deles. Amém.

     Às 6 da manhã atravessamos a fronteira da África do Sul com Moçambique, muita gente tentando ir de um lado para o outro por meios alternativos... Alguns cobrando para dar "conselhos" de como se fazer isso. Moçambique se parece mais com a África a que estamos acostumados a ver na televisão e a ler sobre na internet... e não dá pra deixar de perceber as similaridades com o Brasil, semelhanças que são herança de uma mesma metrópole que só pensava em seu próprio benefício... Maputo lembra muito algumas cidades do nordeste por onde já estive, mas ainda falta muito pra conhecer e não há parâmetros para saber o que esperar, a cada esquina encontramos algo com o que nos supreendemos. Pretendo deixar tudo bem registrado por aqui, veremos.

     Abraços a todos, orem por mim.

     Com amor,

     Danillo Arraes.